
O jovem soldado Stephen Winneger estava com o exército americano na Europa no final da Segunda Guerra Mundial. Sua unidade fora designada a procurar nazistas escondidos e ajudar a proteger os moradores de um vilarejo.
Certa noite, quando Winneger estava de patrulha, ele viu alguém correndo pelos campos fora do vilarejo.
Rapidamente ele gritou:
- Pare ou eu atiro!
O vulto se abrigou atrás de uma árvore.
Winneger ficou esperando algum tempo. Finalmente, o indivíduo saiu de trás da árvore, imaginando que o soldado já se fora, e começou a cavar.
Winneger ficou observando de longe, até que a pessoa terminasse de cavar e gritou novamente:
- Pare ou eu atiro!
O vulto saiu correndo.
O soldado decidiu não atirar. Perseguiu o fugitivo e logo o alcançou, jogando-o no chão.
Para sua surpresa, seu prisioneiro era um garotinho. Em meio à confusão, uma linda chanukiyá ornamentada caiu dos braços do menino.
Winneger pegou o objeto.
O menino tentou pegá-lo de volta, gritando em yídish:
- Me dá isso! É meu!
Winneger tranquilizou o jovem, dizendo-lhe que ele era amigo. Além disso, explicou que ele mesmo também era judeu.
O menino, que sobrevivera aos anos sinistros do Holocausto e estivera em um campo de concentração, não confiava em ninguém de uniforme. Ele fora forçado a assistir à execução de seu pai e não tinha a menor ideia de o que acontecera com a sua mãe.
Ele fora recuperar a chanukiyá que tinha escondido naquele lugar. Era tudo o que havia deixado no mundo.
Nas semanas que se seguiram, Winneger acolheu o menino, chamado David, sob seus cuidados. Conforme eles ficavam mais íntimos, o coração do soldado se derretia pelo menino.
Quando chegou o momento de Winneger retornar para os Estados Unidos, ele ofereceu a David a oportunidade de ir para Nova Iorque com ele. David aceitou a proposta. Nos Estados Unidos, David passou por todo o processo necessário para ser adotado oficialmente por Winneger.
Winneger era um ativista da comunidade judaica de Nova Iorque. Certa vez, um conhecido seu, curador do Museu Judaico de Manhattan, viu a chanukiyá de David. Ele disse ao menino que aquele objeto era muito valioso, de grande valor histórico. Disse que aquela chanukiyá deveria ser compartilhada com toda a comunidade judaica. Ele ofereceu a David 2.500 dólares pela chanukiyá - uma soma incrível de dinheiro no final da década de 1940.
Mas David recusou a incrível oferta, dizendo que a chanukiyá já estava em sua família há mais de 200 anos e que nenhum dinheiro no mundo o faria vendê-la. Ele não quebraria a forma de realizar uma mitsvá tradicional da família.
Quando a festa de Chanucá chegou, Stephen e David acenderam a chanukiyá e colocaram-na na janela da frente de sua casa, em Nova Iorque. David subiu para estudar em seu quarto, enquanto Winneger ficou embaixo, na sala onde a luz da chanukiyá brilhava.
Algum tempo depois, houve uma batida na porta e Winneger foi ver quem era. Do lado de fora, havia uma mulher com um forte sotaque alemão. Ela pediu desculpas pelo incômodo e disse que estava caminhando pela rua, quando viu a chanukiyá na janela. Ela contou que, no passado, tivera uma igualzinha na família e que nunca vira outra assim. Perguntou também se poderia entrar e olhar a chanukiyá mais de perto.
Winneger convidou-a a entrar e disse que a chanukiyá pertencia ao seu filho, David, que talvez pudesse lhe contar algo mais sobre o objeto. Winneger subiu as escadas e pediu a David que descesse para falar com a mulher - e foi assim que David reencontrou sua mãe!